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Mobilização articular para Patologias no Ombro




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  • O ombro é uma articulação bastante complexa e a mais móvel de todo o corpo humano. Entretanto, é considerada pouco estável por sua anatomia articular, especialmente na articulação glenoumeral.

    A mobilização articular é uma das técnicas manuais mais usadas pelo profissional de fisioterapia para cuidar da dor e disfunções articulares dos ombros, dando maior amplitude aos movimentos. Pode ocorrer uma alteração na mecânica articular devido a dor e defesa muscular, efusão articular, contraturas ou aderências nas cápsulas articulares ou nos ligamentos, ou ainda devido a desalinhamento ou subluxação das superfícies ósseas, (MAKOFSKY, 2006)

    A mobilização articular é definida por Kisner (1998), como uma "técnica passiva de fisioterapia manual que pode ser empregada em articulações e tecidos moles, aplicando velocidades e amplitudes variadas, utilizando com fins fisioterapêutico, movimentos fisiológicos ou acessórios". A velocidade e amplitude podem ser alteradas de acordo com a força, isto é, pode ser aplicada desde uma força de pequena amplitude a uma de alta velocidade ou uma de grande amplitude a uma velocidade lenta.

    Esta técnica incita a atividade biológica fazendo com que o fluido sinovial se movimentar, transportando os nutrientes para a cartilagem articular avascular das superfícies articulares e a fibrocartilagem intra-articular dos meniscos (BRITO, 2008). A imobilização das articulações começa a ser imposta logo após a atrofia da cartilagem articular. Segundo Bienfait (2000) "com a imobilização ocorre proliferação fibroadiposa, causando aderências intra-articulares, assim como alterações bioquímicas no tendão, no ligamento e no tecido da cápsula articular, ocasionando a contraturas articulares e enfraquecimento dos ligamentos".

    A mobilidade articular é empregada quando há dor nas articulações, defesa muscular mecânica e espasmo muscular, estimulando por meio de movimentos oscilatórios e de pequena amplitude as decorrências neurofisiológicas, que são utilizadas para incitar os mecanoceptores, podendo, em alguns casos, dificultar a transferência de estímulos nociceptivos da medula espinhal ou do tronco encefálico. Esta técnica estimula também as decorrências mecânicas por meio do afastamento ou deslizamento de pequena amplitude da articulação, originando no movimento do fluido sinovial, que conduz os nutrientes as amostras avasculares da cartilagem articular, com métodos suaves de mobilização, os quais ajudam a manter a troca de nutrientes evitando os efeitos doloridos e imobilidade degenerativa, isto é, quando uma articulação está edematosa ou dolorida, evitando a movimentação, (KISNER, 1998).

    Maitland (2001) classifica sua técnica de intervenção fisioterapêutica na reabilitação funcional do ombro em cinco formas devido aos diferentes tipos de aplicação e efeitos fisiológicos:

    • Grau I: caracteriza-se por micromovimentos no início da amplitude de movimento, havendo entrada de informações neurológicas por meio de mecanor receptores, acionando as comportas medulares, como efeito fisiológico.

    • Grau II: movimentos grandes no meio da amplitude de movimento, assim além de acionar as comportas medulares, há um estimulo do retorno venoso e linfático.

    • Grau III: movimentos por toda a amplitude, causando os mesmos efeitos do grau II e ocasionando estresse nos tecidos encurtados por aderências.

    • Grau IV, micromovimentos no final da amplitude que geram estresse no tecido capaz de movimentar discretamente tecidos fibróticos. Sendo essas quatro graduações são classificadas como mobilizações articulares.

    • Grau V: trata-se da manipulação articular, apresentando pequenos movimentos de alta velocidade no meio da amplitude, promovendo a quebra de aderências, ativando os órgãos tendinosos de Golgi, podendo ocorrer uma alteração drástica nas condições dos tecidos que envolvem a articulação (p.173).

    Nos graus II e III, a mobilização articular tem por objetivo promover uma redução na proliferação de tecido fibrótico através do direcionamento do processo de remodelamento tecidual, acarretando uma redução no desenvolvimento de pontes cruzadas de colágeno e de aderências do tendão aos tecidos que o envolvem. Outra influencia está relacionada à dinâmica dos fluidos, que auxiliam na redução do acúmulo de subprodutos da inflamação, modulando, assim, o processo de dor.

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    Bibliografia:

    SOUZA, Marcial, Z. de. Reabilitação com complexo do ombro. São Paulo: Malone, 2001.

    KISNER, C.; COLBY, A. Exercícios terapêuticos. 3. ed. São Paulo: Manole, 1998.

    MAITLAND G. D. Princípios das técnicas. In: Maitland GD, editor. Maitland's Vertebral Manipulation.  6 nd ed. London: Butterworth Heinemann; 2001. p. 171-182




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