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Síndrome da dor miofascial




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  • A síndrome da dor miofascial é uma afecção que acomete músculos, fáscias, ligamentos, tecidos pericapsulares, tendões e bursas. Caracteriza-se pela ocorrência de dor muscular em regiões enduradas, onde estão presentes bandas de tensão palpáveis e pontos extremamente dolorosos, os PG9.

    A definição tradicional e restrita da síndrome da dor miofascial é a que a dor que surge dos PG nos músculos. Os PG são áreas pequenas e sensíveis no músculo espontaneamente ou por compressão causam dor para uma região distante, conhecida como dor referida.

    Os PG são localizados em uma área dolorosa em uma faixa muscular e podem estar ativos ou latentes. PG ativos são dolorosos com ou sem movimento, enquanto os PG latentes só são dolorosos a palpação. Os PG não podem ser confundidos com os tender-points vistos na síndrome da FM. Os PG são dolorosos no local da palpação, mas também podem irradiar dor para outros pontos3.

    Os PG miofasciais são tipicamente localizados pelo exame físico e pela palpação. O diagnóstico dos trigger-points é feito pela exploração física, que deve levar em conta os sinais físicos demonstrados, incluindo: presença de tensão palpável em uma zona musculoesquelética, a presença de nódulos doloridos hipersensíveis na zona de tensão muscular, contração local visível ou palpável à compressão.

    Um músculo com PG não trabalha efetivamente. A banda de tensão restringe o alongamento do músculo e, por isso, há limitação de movimento. A fraqueza é produzida pela dor induzida pela inibição muscular, assim como com o encurtamento muscular. A coordenação é afetada bem como a inibição reflexa da atividade antagonista dos músculos é prejudicada.

    A SDM é maior causa de dor musculoesquelética; há uma alta prevalência em pacientes com dor regional de natureza musculoesquelética. Ela é uma das mais frequentes causas de dor nas costas e de dor no pescoço. Em estudo de 164 pacientes referiram para uma dor clínica com dor crônica na cabeça e no pescoço de pelo menos seis meses de duração, 55% tinham o diagnóstico primário de síndrome da dor miofascial. O mesmo autor coloca que sua prevalência aumenta com a idade. O número crescente de indivíduos envelhecendo em nossa sociedade faz com que justifique o crescimento dessa situação patológica, afetando cada vez mais as atividades da vida diária e consequentemente, a capacidade funcional dos acometidos. Dessa forma, a síndrome da dor miofascial, atualmente, ocasiona um impacto significativo na qualidade de vida dos que sofrem dos seus sintomas

    O sucesso do tratamento através da fisioterapia depende do máximo ganho da amplitude de movimento (ADM), o que significa rompimento das contraturas dos sarcômeros envolvidos. Exercícios de alongamento da região cervical e da musculatura da cintura escapular melhoram a postura e a dor em doentes com cefaleia cervicogênica ou do tipo tensional. A cinesioterapia visa a aprimorar e a otimizar a atividade mecânica gerada pelos músculos e a proporcionar analgesia, recuperação da expansibilidade tecidual, força, resistência à fadiga e restabelecimento da cinestesia, isto é, dos padrões gestuais fisiológicos, graças à inibição dos fatores irritantes e limitadores. Deve-se restabelecer a expansibilidade e o comprimento isométrico do músculo e dos folhetos teciduais superficiais. Utiliza a técnica de alongamento passivo, ativo assistido ou ativo e manobras de liberações ou inativações miofasciais como massagem da zona reflexa e massagens transversas profundas, seguidas de contrações isométricas para manutenção e recuperação do trofismo muscular.

    Em fases avançadas, há necessidade de condicionamento cardiorrespiratório, pois, como ocorre em pacientes com lombalgia crônica, alongamentos realizados no domicílio não evitam a recorrência de dor, enquanto os exercícios de fortalecimento e condicionamento cardiorrespiratório realizado regularmente previnem-na. As atividades físicas regulares contribuem não apenas para a melhora física, mas proporcionam benefícios psicológicos, melhoram e causam bem estar, além de eliminar a fobia aos exercícios. Os exercícios ativos induzem participação no enfrentamento de dor crônica. Os exercícios em grupo reduzem também os estresses psicológicos e facilitam a sua socialização.

    Diversas modalidades como a massoterapia, o calor superficial com bolsas térmicas, ou profundo com ultrassom, ondas curtas, micro-ondas, a crioterapia com compressas de gelo, aerossóis congelantes, a hidroterapia com turbilhão, tanque de Hubbard associado à hidromassagem e terapia na piscina e a eletroterapia com a estimulação elétrica transcutânea, correntes farádicas, iontoforese de agentes analgésicos e de anti-inflamatórios, que podem ser utilizados para reduzir a tensão muscular e inativar os PG.

    A terapia manual consiste do uso de técnicas de massagem tecidual. As técnicas de liberação miofascial, como a massagem transversa profunda, a massagem de zona reflexa, a Shiatsu, a de Rolfing, a de John Barnes e a miofasciaterapia, entre outras, liberam o músculo e a fáscia e baseiam-se na pressão manual sobre as fáscias musculares, liberando as restrições faciais. A dor muscular pode ocorrer após o tratamento, sendo recomendado o uso de gelo, calor ou de corrente elétrica para seu alívio.

    O processo de reabilitação geralmente é prolongado e dependente da educação e da responsabilidade do paciente e do desenvolvimento de parceria entre fisioterapeuta-paciente, baseada na confiança mútua. Em longo prazo, a conduta não reside apenas no tratamento dos PG, mas na identificação e modificação dos fatores contribuintes, visto que estes estão relacionados aos aspectos biopsicossociais dos pacientes


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