Sindrome da dor miofascial x fibromialgia: uma revisão literária



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Os músculos são os grandes responsáveis pelo sustentamento de nossas posturas, locomoção e peso corporal, os quais muitas vezes são utilizados de maneira incorreta podendo resultar em várias patologias, sendo a dor o sintoma mais freqüente no ser humano para indicar que algo esta errado . Esta tem se intensificado cada vez mais em virtude dos "males da modernidade" como o sedentarismo, stress, má alimentação, movimentos repetitivos, má postura, dentre outras. Dentre estas patologias destacam-se a Síndrome da Dor Miofascial e Fibromialgia, as quais apresentam um difícil diagnóstico e muitas vezes confundem-se. Para tanto, evidencia-se a necessidade de apresentar seus diferentes aspectos. É com este propósito que este estudo é realizado. A síndrome dolorosa miofascial (SDM) consiste numa patologia muito comum, porém dificilmente reconhecida pela maioria dos profissionais da saúde. Agne e Weschenfelder (2007) afirmam que essa síndrome acomete principalmente músculos, podendo afetar também o tecido conectivo e fáscias, principalmente da região cervical, cintura escapular e região lombar. As zonas ou pontos-gatilho, uma das principais características da síndrome, são consideradas uma das principais causas de dor músculo esquelética referida pelos pacientes.

De acordo com Simons e Travell (2005), a síndrome de dor miofascial tem componentes essenciais: ponto-gatilho, espasmo muscular segmentar, dor referida e o envolvimento de partes moles. A SDM possui diversos fatores desencadeantes entre os mais freqüentes são os relacionados a atividades laborais, causando LER e DORT, pois acarretam sobrecarga dos proprioceptores do tecido muscular. Isto desencadeará uma atividade intensa de aferências nervosas para a medula. Como resposta, um arco reflexo medular criará eferências motoras para a contração muscular do tecido em sobrecarga, correspondente à intensidade dos estímulos aferentes. O resultado deste processo será um estado permanente de contração das fibras musculares, que levará o individuo ao quadro de dor.

A fibromialgia caracteriza-se por não ter origem inflamatória, não causar degeneração e nem ser progressiva, tendo caráter crônico e sistêmico (JÚNIOR, SETTE E VALLADA, 2002) este conceito é complementedo por Provenza et al(2004), da Sociedade Brasileira de Reumatologia, que acrescenta ser esta de etiologia desconhecida, que se manifesta no sistema músculo-esquelético, podendo apresentar sintomas em outros aparelhos e sistemas.

Não são raras às vezes em que a síndrome da dor miofascial e a fibromialgia são confundidas, isto porque elas apresentam algumas características em comum, as quais são descritas por Chaitow (2001) :



"Ambas são síndromes afetadas pelo tempo frio, podem envolver atividade crescente do nervo simpático e podem envolver condições associadas ao fenômeno de Raynaud, as dores de cabeça e a paraestesia são os principais sintomas associados e não reagem à medicação antiinflamatória analgésica seja aquela a base de cortisona ou das formulações padrão." No entanto elas são síndromes distintas, e para que seu tratamento seja eficaz é imprescindível que sejam diferenciadas. Muitos autores em seus estudos apresentam aspectos que facilitam a diferenciação destas,assim, elaborou-se o quadro abaixo:







Características

Síndrome da dor miofascial

Fibromialgia


Dor

Localizada

Difusa


Localização

Pontos-gatilho (1 ou mais), trigger

points

Entre 11e18 tender points


Sexo

Masculino e feminino

Predomínio em mulheres


Idade

Qualquer idade

Geralmente entre 40 e 60

anos


Fadiga

Não esta associada

comum


Fraqueza muscular

Maior freqüência

Pouca freqüência


Radiação

Pontos específicos

Espalhada/crônica


ADM

restrita

Não restrita


Contração/ palpação

Freqüente

Ausente


Distúrbios do Sono

Ausente

Presente


Perspectiva de

tratamento

Excelente, já que quando utilizadas

técnicas adequadas os pontos gatilho

reagem rapidamente ao tratamento.

Perspectiva menos

favorável, pois o tratamento

e recuperação são

prolongados.




QUADRO 01: Diferenças entre SDM e Fibromialgia



METODOLOGIA

A pesquisa refere-se a um estudo de revisão bibliográfica. Foram selecionados os bancos de dados: SciELO, LILACS e Medline. Além disso, foi escolhido o idioma português. Os levantamentos dos estudos incluíram o período de 2000 a 2010 e os seguintes descritores foram selecionados: "sindrome da dor miofascial", "fibromialgia" e "fisioterapia". Além disso, foram pesquisados livros técnicos, sites de internet e teses relacionadas ao tema.



CONCLUSÃO

Portanto, em virtude das síndromes apresentadas anteriormente terem altas incidências, a identificação dos músculos afetados (CARNEIRO, 2004) verifica-se a importância da realização de uma avaliação global do paciente, já que estas podem ser desencadeadas por diversos fatores. Uma análise detalhada permite que sejam evidenciadas característicasindividuais e determinantes no diagnóstico, facilitando um tratamento diferencial que influencie positivamente na qualidade de vida do indivíduo. Assim, tratando-se de um assunto bastante amplo, recomendam-se mais estudos detalhados sobre estas patologias.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 AGNE,J.E;WESCHENFELDER,V. Efeitos da hidrocinesioterapia no tratamento da Síndrome Dolorosa Miofascial: um estudo de caso . Revista Digital . Buenos Aires. V. 11 N° 106, Março de 2007.

2 CARNEIRO, N.M. O Manejo das Sindromes dolorosas Miofasciais. Revista da Associação Médica Brasileira. V.50, n.3. São Paulo, Julho/Setembro de 2004.

3 CHAITOW, Leon.Técnicas Neuromusculares Posicionais de Alivio da Dor.1.ed.São Paulo: Manole Ltda, 2001.

4 JÚNIOR,E.A.B; SETTE, C.J; VALLADA, R.Tratamento Fisioterapêutico na Fibromialgia. Fisioterapia Brasil, São Paulo, v.3, n.5, p.281-284, set/ out. 2002.

5 PROVENZA,J.R. et al .Fibromialgia. Diretrizes da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Março de 2004

6 SIMONS, D. D.; TRAVELL, J. G.; SIMONS. Dor e Disfunção Miofascial - Manual dos Pontos-Gatilho, Artmed; 2005.



Autores:

Tamires Daros dos Santos¹, Marília Severo Vicente¹, Luciana de Arruda Ziegler1, Felipe Iriarte 1 & Fernanda Calil Petri2



1 Acadêmicos do Curso de Fisioterapia – ULBRA, Santa Maria, RS e-mail: mtfisio09@gmail.com

2 Professor(es) do Curso de Fisioterapia – ULBRA, Santa Maria, RS e-mail: fernandapetri@gmail.com


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