A estabilidade vertebral é definida como a habilidade de controlar movimento e prevenir movimentos indesejáveis da coluna.
Esta estabilidade é realizada pelos músculos profundos, principalmente, os multífidos e transverso do abdômen.
Quando a coluna vertebral está lesionada, estes músculos não respondem e o corpo se adapta, utilizando musculaturas dinâmicas, responsáveis somente pelo movimento do corpo e não pela estabilidade.
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É necessário o recondicionamento destes músculos profundos para gerar proteção novamente.
Estabilidade
A estabilidade depende de um sistema de estabilização segmentar composto por três subsistemas:
- Passivo, corpos vertebrais, articulações facetárias, cápsula articular, discos intervertebrais, que fornecem a maior parte da estabilidade pela limitação passiva no final do movimento.
- Ativo, músculos e tendões em especial os músculos multifidos e transverso do abdômen, que fornecem suporte e rigidez no nível intervertebral, para sustentar forças exercidas no dia-a-dia.
- Neural é composto pelos sistemas nervosos central e periférico,( ou seja encéfalo, medula espinhal e nervos) este sistema coordena as contrações musculares, sendo responsável pelo controle motor ou seja, ativa os músculos corretos no tempo certo, para proteger a coluna de lesões e permitir o movimento.
Quando um desses sistemas falha os outros dois se reorganizam para dar continuidade a homeostase. Porém, muitas vezes, essa reorganização é inadequada sobrecarregando os subsistemas, promovendo uma instabilidade vertebral.
Na estabilização da coluna vertebral é importante um centro neuromuscular íntegro, para a execução dos movimentos, tentando manter a estabilidade espinhal e evitar compensações dos músculos globais na presença de disfunção.
Normalmente os músculos responsáveis por estabilizar a coluna devem manter-se levemente contraídos (ativados) para promover a estabilização segmentar.
Mas diversos processos fazem com que o indivíduo perca essa capacidade, já que os músculos ficam fracos e atrofiam com o sedentarismo ou processos de lesões e dor.
E o segmento lombar é o mais acometido, já que absorve grande parte do impacto gerado na coluna no nosso dia-a-dia.
O programa de estabilização segmentar visa então ajudar o indivíduo a obter ganhos de força, resistência e principalmente controle neuromuscular eficiente e de forma antecipada em músculos específicos, que tendem a controlar a zona neutra.
Zona Neutra ou Posição Neutra
A posição neutra da região lombopélvica é aquela formada por uma lordose e uma anteversão fisiológicas.
Nessa posição neutra, o sistema ativo deverá trabalhar de forma sinérgica e equilibrada para a manutenção da postura sem gerar estresse ou tensão excessiva sobre os tecidos. Há um menor gasto de energia.
A posição neutra deverá ser respeitada durante a realização dos exercícios para a coluna!
Controle Motor
É a capacidade de regular ou orientar os mecanismos essenciais para o movimento. É a maneira como o sistema nervoso central organiza os músculos e as articulações em movimentos funcionais e coordenados.
O controle motor deve ser trabalhado nos processos de reabilitação de pacientes com dor lombar crônica.
Lombalgias
No tratamento de lombalgias, exercícios tradicionais de fortalecimento dos músculos abdominais e extensores do tronco tem sido alvo de críticas por submeter à coluna vertebral a altas cargas de trabalho, aumentando o risco de uma nova lesão.
Estudos recentes comprovam a eficácia da estabilização segmentar como tratamento para a lombalgia, sendo menos lesiva por ser realizada em posição neutra. Pesquisas sugerem que, sem a ativação correta dos estabilizadores profundos do tronco, as recidivas do quadro álgico são notadas com muita frequência.
O exercício de estabilização segmentar, criado por Richardson e Jull, são realizados pela isometria de baixa intensidade dos músculos Multífidos Lombares e Transverso do Abdômen, que ligam-se de vértebra à vértebra e são responsáveis pelo suporte dos segmentos lombares durante os movimentos funcionais.
Esses exercícios isométricos são benéficos por atuarem na reeducação dos músculos profundos.
Em estágio mais avançado de treino a isometria pode ser combinada com exercícios dinâmicos para outras partes do corpo (RICHARDSON e JULL, 1995 citado por FRANÇA et al., 2007).
Os exercícios podem ser ordenados didaticamente em três estágios:
(1) cognitivo: exercícios de co-contração dos músculos locais, separadamente dos músculos globais com a pelve em posição neutra (sem anteversão ou retroversão).
A co-contração muscular é ativação de dois ou mais músculos em torno da articulação, esta ocorre em diversas situações que requerem uma elevada estabilidade articular, como por exemplo, aprendizagem de uma tarefa motora nova ou quando necessita estabilizar uma articulação para evitar perturbações mecânicas externas (SMITH, 1981 em NIELSEN e KAGAMIHARA, 1992).
(2) Nesta fase é priorizado o aprendizado motor, são aplicados exercícios de correção dos desequilíbrios das forças e de treino de resistência muscular;
(3) fase de automatização com objetivo de realizar os exercícios de maneira subjetiva dentro das atividades de vida diária mantendo a estabilização durante toda demanda (REINEHR et al., 2008; MCGILL e KARPOXIEZ, 2009; O´SULLIVAN, 2000 em SANTOS et al., 2010).
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